Rsenha #287: A Amiga Genial - Elena Ferrante

Título: A Amiga Genial
Autor: Elena Ferrante
Série: Napolitana #1
Tradução:  Maurício Santana Dias
Editora: Biblioteca Azul
Edição: 1
ISBN: 9788525060600
Gênero: Romance Italiano
Ano: 2015
Páginas: 336
Adquira seu exemplar Aqui!
Adicione esse livro ao Skoob.

Avaliação: 



RESENHA



'A Amiga Genial' é o primeiro volume da tetralogia Napolitana, escrita pela autora de identidade desconhecida Elena Ferrante. O livro foi publicado pela primeira vez em 2011 e traduzido por Maurício Santana Dias para a editora Biblioteca Azul em 2015.
No primeiro volume, vamos conhece duas amigas que moram no gueto de Nápoles. São elas Elena Greco e Lila Cerullo, ambas filhas de famílias de classe operária que crescem em um bairro pobre nos arredores de Nápoles, em meados da década de 1950. Um ambiente com violência onde os país batem em seus filhos, os irmãos batem em suas irmãs e também há a violência domestica. Quem narra os acontecimentos para o leitor é a Elena, depois que o filho de Lila ligou para relatar o desaparecimento de sua mãe, melhor amiga de Elena.


Lila desde cedo se mostrou bem diferente das demais crianças, muito esforçada e com um desenvolvimento apurado para a sua idade; aprendeu a ler sozinha e muito cedo; na sala de aula era a primeira da classe. Essas vantagens acabam por despertar o interesse de Elena em ser sua amiga, e assim a todo custo a garota decidiu que queria ter Lila, de alguma forma, ao seu lado. A partir daí, elas se aventuram em um caminho de descobertas; de disputas familiares e envolvimento do bairro, cada família tentando sobreviver em apartamentos pequenos e com seus negócios.

De forma brusca, elas aprendem a lidar com o medo e com as diferenças de classes e os relacionamentos complicados dentro de casa, mesmo sem um norte para guiá-las. Lila tem sua educação deixada de lado vítima da pobreza, enquanto Elena vai adiante em sua educação se esforçando para se manter na média. Porém, é como se houvesse um fio invisível de competitividade entre as amigas, onde uma não pode deixar de ser/fazer o mesmo que a outra, e digamos que essa competição acaba sendo saudável a medida que acarreta bons frutos. Lila pode não estar mais na escola, mas ela se mostra muito autodidata e aprende sozinha, lendo livros emprestados da biblioteca (nas fichas da mãe, do pai e do irmão, além da sua), sobre os temas que Elena também está estudando. E dessa maneira, uma vai complementando o estudo da outra.
Nesse primeiro volume, acompanhamos tanto o desenvolvimento infantil quanto adolescente das garotas e de todas as crianças do bairro. A obra não foca somente nelas, já que temos uma infinidade de personagens, cada um inserido em blocos de famílias que exercem algum tipo de ofício dentro da vila como padeiro, sapateiro e marceneiro e cada um sabe um tanto da vida do outro.

É uma leitura muito prazerosa, e ver os desafios e focos das meninas em busca de uma melhor qualidade de vida é interessante, principalmente na ingenuidade da infância — época em que mais fantasiamos em realizar um grande feito e ficarmos ricos com isso. Elena Ferrante escreve com bom humor e traz até passagens divertidas e descontraídas, embora na mesma medida saiba ser ácida em certos momentos de embaraço até para o leitor.

Por se tratar de duas meninas, é impossível também não falar do universo feminino e é o que mais permeia as páginas de 'A Amiga Genial', desde brincadeiras com bonecas, passando pela inesperada menarca, por roupas e penteados, até as paixões e casamento. Trazendo não só o lado bonito desses assuntos, mas também as suas problemáticas com uma visão não tão bela.
Para finalizar, posso dizer que 'A Amiga Genial' é sem duvidas uma história poderosa que veio para arrebatar os leitores que amam uma excelente história. Em nenhum momento me senti enfadado com o livro, nem com vontade de largá-lo. O final deixou em aberto e ainda tem muito a ser resolvido, como o mistério que abre essa tetralogia e que com certeza serão resolvidos nos próximos volumes.

E você, já leu essa obra? O que achou?

Até logo, 
Pedro Silva




Postar um comentário

0 Comentários